Em Portugal, as estatísticas apontam para que 40 por cento da população sofra de dor.
40% da população?
Quase metade da população….
Não será um número muito elevado de pessoas a sofrerem de dor?
Segundo a APED (Associação Portuguesa para o Estudo da Dor), calcula-se quatro milhões de portugueses sofrem diariamente por sentirem dor, aguda ou crónica, e com vários graus de intensidade.
Aguda e Crónica – as duas faces da dor
A dor manifesta-se de duas formas distintas e com características muito particulares, o que conduz à classificação em aguda ou crónica.
Aguda – Dor benéfica que funciona como “um sinal de alarme”, por exemplo, quando sofremos uma queimadura. No entanto, as dores agudas pós-operatórias e de parto devem ser combatidas para que não se tornem crónicas.
Crónica – Dor persistente durante um período igual ou superior a três meses, afectando a pessoa, não só a nível físico, mas também psicológico.
Graus de Intensidade da dor
Para a prevenção, combate e um tratamento eficazes da dor, seja ela crónica ou aguda, torna-se necessário conhecer melhor as suas manifestações.
Para tal, é importante conhecer as mais variadas vertentes da dor, assim como as influências que a mesma exerce na vida das pessoas que dela sofrem.
A dor pode-se classificar em 3 graus: ligeira, média e forte.
A ligeira, aquela que, embora marque a sua presença, não interfere nas actividades normais diárias da vida das pessoas.
Quanto à dor média, é capaz de limitar determinadas actividades do quotidiano, mas não interfere no sono.
A dor com grau de intensidade mais forte, uma dor severa, afecta com gravidade as principais actividades do dia-a-dia e também o sono.
Grupo de Risco
A dor crónica engloba as lesões músculo-esqueléticas, lombares e artrites como as mais frequentes.
As lombalgias (dores nas costas), atingem sobretudo, as pessoas com idades compreendidas entre os 35 e os 60 anos.
Apesar das diferentes causas da dor crónica, consoante o grupo etário e a actividade profissional, quem mantém posturas incorrectas no seu dia-a-dia e um estilo de vida sedentário pode-se considerar como pertencente ao grupo de risco.
Existem 1,6 milhões de portugueses incapacitados por causa da dor
Prevenção, Combate e Tratamento
Seja qual for o tipo de dor, crónica ou aguda, os tratamentos existentes permitem ao doente conseguir uma melhor qualidade de vida, para poder exercer, de uma forma mais cómoda, as suas actividades de vida diária. Mas não se pode esquecer que cada caso é um caso, pelo que não existem medidas terapêuticas padronizadas.
Dos antipiréticos aos analgésicos, passando pela morfina, existem muitos fármacos capazes de controlar a dor, desde que tomados de forma correcta e sempre obedecendo à indicações médicas.
Quando a dor se torna persistente, deverá ser consultado um especialista ou o médico de família.
Exercício Físico
A importância do exercício físico é preponderante na prevenção e no controlo da dor.
Se é uma pessoas saudável, mas ainda não pratica exercício físico, deve compensar a vida sedentária e ponderar fazer alguma actividade física, para que assim possa fortalecer, tonificar e proteger os músculos e articulações, o que irá reflectir-se no equilíbrio das várias curvaturas da coluna vertebral.
Pratique uma actividade física 3 a 4 vezes por semana, durante 30 minutos (mínimo), alternando actividades aeróbicas e cardio com actividade de força muscular, para que a sua estrutura muscular lhe possa dar a melhor condição e aptidão física e funcional para enfrentar as actividades do quotidiano.
O exercício físico é de longe, a melhor forma de prevenir a dor.
Não é fácil conviver com a dor, seja ela crónica ou aguda.
Tem uma influência directa no nosso dia-a-dia, nas nossas emoções, na nossa profissão, nas nossas relações e nas nossas atitudes.
E quem sofre de dor crónica é, na maior parte das vezes, desvalorizado no seu trabalho e em casa.
Um abraço
Luísa de Sousa
Fonte bibliográfica – Revista Boa Forma, Ano XIV, nº 160